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Otimismo produtivo

  • Carlos Sergio Maia Mondaini
  • 4 de mai. de 2017
  • 4 min de leitura


Temos dito que nós recebemos o que é próprio do universo com o qual sintonizamos. Essa sintonia deve ser feita de forma sábia, isto é, devemos sintonizar com um universo que seja positivo e construtivo, e não aceitarmos, resignadamente, condições desagradáveis que nos afetem, pois elas são o resultado de más sintonias que fazemos quando não prestamos atenção a essas coisas. Assim, se os fatos se apresentam desfavoráveis, apenas fazer o jogo do contente ou do resignado e achar que tudo está bem, ou até que o merecemos, não é uma atitude inteligente nem construtiva e positiva, pois estaremos autorizando a permanência de condições que, embora criadas por nós mesmos, devemos desejar mudar, esforçando-nos para isso, para o nosso próprio bem.

O passado não representa uma prisão da qual não possamos nos livrar, pois oque nos prende a ele não são motivos de justiça ou de dívidas, mas a sintonia, uma ligação criada e mantida pela ignorância que nos faz empregar de forma errada a nossa estrutura de pensar e de agir e que nos mantém presos às coisas indesejáveis. A consequência disso é o desconforto que se segue ao mau emprego das energias e que, erradamente, é considerado como um castigo cármico. Assim, é preciso que vejamos na ocorrência do desconforto pelos erros que cometemos uma atuação didática da lei que cuida do reequilíbrio do universo criado, e que funciona como um acicate para a mudança e não uma punição.

Se houvesse o caráter punitivo na lei, uma vez recebido o devido castigo, tudo estaria resolvido, pois teria havido a respectiva reforma do espírito e a quitação do débito. No entanto, a lei do ´olho por olho´ para punir, assim como uma justiça que está mais na cabeça dos homens do que na de Deus, é um entendimento que foi revogado por Jesus quando deixou isso claro no seu Evangelho, onde nos ensinou que, em vez de punição, o que Deus busca é a reforma dos seus filhos, pelo amor e pela misericórdia. Assim, os ensinamentos transmitidos pelo Mestre foram no sentido de se buscar uma mudança para melhor e não do justiçamento do trânsfuga. E a realização da mudança só se faz pelo amor e seus consequentes, como a misericórdia, o perdão, a caridade e o esclarecimento, entre outras benesses que devemos proporcionar aos nossos semelhantes.

É fundamental que compreendamos que o eventual desconforto que recebemos é o resultado da sintonia que fazemos com maus ambientes e suas más energias. Assim, recebemos em qualidade, do ambiente sintonizado, as energias com as quais nos identificamos pelos nossos pensamentos, atitudes e atos. Se a lei funcionasse fundamentada na punição, uma vez recebido o devido desconforto, como castigo, cessaria o sofrimento e o ser estaria mudado para melhor, mas não é o que acontece. Mesmo que haja o reconhecimento do erro, por parte do castigado, a melhora evolutiva não ocorre e o desconforto permanece enquanto durar a sintonia adversa.

Isso se dá porque o que a lei busca é a mudança do padrão mental errado e o reequilíbrio do universo que foi perturbado. Para a consecução desse resultado, naqueles que não se arrependem e não se esforçam em mudar, acontece o envio para a prisão de um arrependimento mórbido cujas barras são o remorso e a culpa. Dessa reclusão não sairão enquanto não pagarem o último ceitil, o que será efetivado quando reformarem o padrão mental e fizerem os reparos nos universos pessoais que perturbaram.

Segue-se a esse esforço de reforma evolutiva um trabalho de manutenção, fortalecimento e incorporação de novos padrões de valores e, para isso, não bastará evitar as más sintonias, mas trabalhar para o cultivo das boas. Ai reside uma mudança de enfoque das nossas aspirações, que consiste em buscar a consecução de condições positivas e construtivas, em vez de, simplesmente, eliminar ou repetir as negativas e destrutivas. Assim sendo, compreendamos que a atitude construtiva não consiste apenas em repelir as energias desfavoráveis que nos sejam enviadas, mas recebê-las e, com a ajuda de Deus - a única fonte do amor e das energias - transformá-las e, com amor e desejo de reforma, enviá-las ao emissor visando a sua modificação para melhor.

Conseguiremos isso se passarmos a expressar as nossas aspirações de bem-estar e melhora de maneira diferente da que costumamos fazer, conforme exemplos abaixo:

- Se estamos sofrendo com um mal-estar, como uma dor em um dos órgãos ou um membro, em vez de desejarmos que o incômodo simplesmente se vá, ou tentar ignorar o fato, devemos nos dirigir mentalmente às Personalidades das células que os compõem e animam, e procurar conversar com elas, tentando pesquisar sobre o motivo do transtorno e imaginar o seu funcionamento saudável. Incentivemos todas elas a realizarem bem as suas respectivas missões, pois disso depende a sinergia do sistema e a felicidade de todo o organismo.

- Se percebermos que nos enviam energias desfavoráveis, em vez de simplesmente bloquearmos o mal que estamos recebendo, devemos desejar e nos esforçar para purificar o que nos chega e retribuir com boas energias que modifiquem o irmão que está agindo como um desafeto.

- Se fracassamos em uma empreitada, em vez de lamentarmos o insucesso e tentar remetê-lo ao escaninho do esquecimento, devemos pesquisar e analisar as razões do fracasso e partir, com serenidade e confiança, para outra tentativa, mas já agora devidamente munidos dos ensinamentos e de forças renovadas pelo otimismo construtivo.

Muitas situações podem ser lembradas e praticadas, mas o segredo está em imaginar, antes de uma empreitada ou no caso de um insucesso, a concretização do acontecimento, ou de nova tentativa, de forma positiva e construtiva, em vez da simples rejeição da possibilidade do que é negativo e destrutivo. Dessa forma, conseguiremos o sucesso, porque assim construímos, ou reconstruímos, o acontecimento em nossa estrutura de pensar e de agir, na forma que desejamos que se realize.

Muito melhor do que ficarmos nos remoendo de remorso, por um mau emprego de energias num passado que não podemos modificar, pois não mais existe, é com a ajuda de Deus resgatar e purificar as energias que estão mal empregadas, e no presente em que vivemos a realidade., fazer nova tentativa no aqui e agora, contando com os ensinamentos adquiridos e a experiência conquistada. Dessa forma, usaremos o arrependimento de forma sadia para uma mudança de rumo, livrando-nos da morbidez e grilhões do remorso e da culpa. Isso também é pensar e agir com um otimismo produtivo.


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