top of page

As crises e o sofrimento

  • Foto do escritor: Caminhos Alternativos
    Caminhos Alternativos
  • 26 de abr. de 2017
  • 5 min de leitura

As Crises[1] e o Sofrimento[2]


Crises

Krisis = segundo os gregos essa palavra tem como significado o estado das situações e ações quando em mudanças, sendo essas para melhores ou piores, ou seja estar em crise é quando as coisas estão mudando de forma que não mudaram ainda mas também não estão como antes e com o passar da crise se saberá se mudou para melhor ou mudou para pior, crise no latim (crisis) também pode significar ruptura, término, separação.


Desde que nascemos ou reencarnamos, vivenciamos ou reencarnamos, vivenciamos crises, temos que enfrentar e resolver problemas. Nem todo problema é uma crise. alguns momentos criticos são apenas momentos de decisões, difíceis, mas necessários. São alguns desafios, pressões psicológicas ou emocionais que devemos enfrentar. Por exemplo, o convite para ocupar um cargo mais importante na empresa em que trabalhamos pode nos custar horas de tensão, de reflexão.

Por vezes, deparamos com a agonia de reconhecer um problema crônico com o qual temos que lidar, sem resolver. Outras vezes, temos que enfretar 3, 4 ou 5 problemas simultaneamente. Surge, então, a necessidade de hierarquizá-los, isto é, devemos escolher o mais urgente, o mais importante para ser resolvido em primeiro lugar, depois o outro, e assim por diante. tentar resolver todos aos mesmo tempo é impossível, esgota nossas energias, não os resolvemos e ainda criamos uma crise.

Na vida adulta, os relacionamentos se acabam, a carreira e a renda vêm abaixo e as causas nobres são derrotadas. Chocamo-nos contra as nossas próprias limitações; o vício nos transtorna a vida, nossas paixões se sobrepõem aos nossos compromissos e a idade traz a mensagem indesejada de que já não somos quem pensávamos ser. Reflitamos: ´Haverá de fato um meio de crescer através de assustadoras crises pessoais, algo passível de ajudar o fogo da dor a nos libertar para que abracemos a vida?´

Viveu nos Estados Unidos, um médium extraordinário chamado Edgar Cayce, que realizava leituras ou clarividências, através de desobramento ou projeção astral semiconsciente ou inconsciente, registradas e posteriormente confirmadas. Os psicólogos Harmon Hartzell Bro e June Avis Bro, em seu livro ´O crescimento através da crise pessoal´, prefaciado pelo neto de Cayce, Charles Thomas Cayce, transmitem-nos importantes ensinamentos a respeito deste assunto. Segundo Harmon e June, temos três respostas para uma crise instalada:

  1. Lidar com a crise;

  2. Criar;

  3. Transformar.

Lidar com a crise vem em primeiro lugar, pois temos de seguir com a vida - comer, esperar, dormir, tentar falar com as pessoas, pagar contas, realizar nossas funções, procurar alvos para a nossa raiva, para a nossa culpa e para o nosso medo de perder o controle. A maioria das crises nos envolve em alguma modalidade de perda - de um relacionamento, de uma oportunidade, de confiança. Nas perdas extremas, há necessidade de tudo fazer para prosseguir. É um verdadeiro desafio. Porém, existem aqueles que enfrentam esses desafios agindo como se o mundo não tivesse acabado. O desafio é tão-somente levar a vida com dignidade e graça, ao mesmo tempo em que a boca fica seca de tanta ansiedade.

A segunda resposta à crise é criar, encontrar novas soluções. Criar nem sempre é possível ante de algum tempo, às vezes semanas ou meses. Nem todo problema pode ser reestruturado ou reformulado de um modo capaz de nos permitir tirar ânimo do desespero, para nos lançarmos numa nova atividade que nos traga recompensas e seja útil aos outros. Segundo se sugere aqui, podemos desenvolver soluções inovadoras por intermédio de uma inspiração e de uma criatividade que superem a dúvida em relação a nós mesmos.

A terceira resposta à crise, o transformar, vem quando os dias e noites se tornam tenebrosos. Por vezes, parecemos despertados para uma nova maturidade, para novos compromissos, para novos talentos, para uma nova fé, de maneira tal que todas as pessoas próximas de nós se apercebem do aumento de nossa capacidade. como dizemos na intimidade, saímos da fossa, melhoramos nosso astral, estamos up e não mais down (...)

É importante estarmos atentos, sintonizados, para ouvirmos nossa voz interior, que nos dita formas que solucionem os nossos próprios problemas existenciais. quando estamos despertando, superando crises, é que podemos compreender as palavras ´levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima´. Nossas dores, nossos sofrimentos trazem oportunidades de crescimento. Resgate cármico, provas evolutivas e tarefas de rearmonização e de reconstrução do que desarmonizamos e destruimos em vidas passadas, ou talvez na atual, são ensinamentos milenares vindos da cultura oriental - hinduismo, budismo, xintoismo e, no ocidente, do espiritismo codificado por Allan Kardec.


Sofrimento


s.m. Dor física ou moral; padecimento, amargura. Desgraça, desastre.

(...)

Quando Jesus foi preso, um dos que estavam com ele, metendo a mão à espada, desembainhou-a e ferindo a um servo do sumo pontífice lhe cortou uma orelha. Então lhe disse Jesus: ´Mete a tua espada no seu lu-gar; porque todos os que tomarem a espada, morrerão à espada´. E quando pronunciava o Sermão da Montanha, Jesus afirmou: ´...e com a medida com que medirdes, vos medirão a também a vós´. Resumidas, essas lições de Jesus significam: ´Aquilo que fizerdes aos outros, isso mesmo receberás´.

Assim é fácil compreendermos que sejam colhidos pela dor os que não mantém um reto proce-der. Porém quantas vezes vemos criaturas, cujas vidas são irrepreensíveis, às voltas com o sofrimento e, outras, que vivem afastadas do bem, parecerem bafejadas pela boa sorte. Diante disso a revolta costuma aninhar-se no coração dos sofredores. Nenhum sofredor se revoltaria, se todos fossem convenientemente esclarecidos.

Os sofredores podem ser divididos em dois grupos. Num grupo situam-se os que, diante da afirmativa evangélica, procuram compreender as causas de seus sofrimentos. e como mantêm o coração humilde e resignado perante os desígnios do Altíssimo, intuitivamente percebem a justiça que se cumpre e daí lhes advém grande conforto moral. ao outro grupo pertencem os sofredores revoltados. estes, insurgindo-se contra o corretivo que lhes é imposto pelas leis divinas, tornam-se surdos às instituições confortadoras que lhes dirigem seus amigos do plano espiritual e cegos ao influxo benéfico dos ensinamentos evangélicos; e assim anulam a cura que o sofrimento taria a seus espíritos doentes.

(...)

Lembremo-nos constantemente de que uma vida ou uma reencarnação que passamos aqui na terra, é o reflexo e a consequência de nossas vidas ou reencarnações passadas, principalmente da última. do mesmo modo, nossa futura reencarnação será consequência e reflexo da atual. Eis porque, há pessoas que nada de mal fizeram na vida presente e sofrem; é porque se hoje são bondosas já foram más no passado e arcam agora com as consequências do mal que espalharam. Dessa maneira, devemos ter piedade das pessoas que praticam o mal e ficam impunes; nas reencarnações futuras envergarão os corpos dos sofredores e então prestarão contas das más ações que tiverem cometido.

Nós somos os construtores do nosso próprio destino. Este, segundo nossas obras, poderá ser uma aurora de luz, ou o catre doloroso do sofrimento. A esse respeito, eis como se expressa um generoso mentor da espiritualidade:

´Nas estradas em que buscamos a luz da salvação, encontramos os mais diferentes tipos de seres humanos. Ali, depara-se-nos um homem impiedoso, detentor de sõlida fortuna; acolá, debate-se um justo entre a fome e a enfermidade que parecem intermináveis. num mesmo lar nascem santos e ladrões. Há pais excelentes cujos filhos são indesejáveis, monstruosos. Uma via pública exibe jovens elegantes e miseráveis criaturas que se arrastam entre a lepra e a cegueira. Poderíamos admitir que O Criador, magnânimo e sábio, deixasse de ser pai para ser um experimentador desalmado? Não admitamos esse absurdo teológico, mas ponderemos na verdade de que se cumpre desde agora o ´o a cada um segundo as suas obras´, dos ensinamentos de Jesus. Na obra divina, infinita e eterna, cada filho tem responsabilidades próprias. a criatura se engrandecerá ou submeter-se-á ao rebaixamento, conforme utilize as possibilidades recebidas. no caminhar de cada dia, podemos observar os que ascendem apesar dos dolorosos testemunhos, os que estacionam em receios inúteis, os que resgatam e os que contraem novas dívidas´.

Diante de tão nobres palavras, doravante, encaremos o sofrimento como uma escada de misericórdia por cujos degraus subiremos às esferas felizes.


Luz




[1] Texto ´Crises pessoais e nosso crescimento´, in: Falando ao Coração, Mário Alves da Silva (Irin.Hafth:.), Coletânea de Palestras Públicas.


[2] Texto ´O Sofrimento´, in: O Espiritismo Aplicado, Eliseu Rigonatti.


Commentaires


Posts Em Destaque
Verifique em breve
Assim que novos posts forem publicados, você poderá vê-los aqui.
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
bottom of page