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NITRIC ACIDUM

- o ´Litigioso´ da Matéria Médica -

 

  • Ácido nítrico - É um líquido esfumaçante ao ar, incolor, que em contato com a pele torna-a de cor amarela e a destrói. Possui um grande poder de destruição, extremamente rápido. É um dos ácidos mais fortes e de soluções mais ionizadas.

 

  • Adequado às pessoas magras, de fibra rígida, pele escura, olhos e cabelos escuros – mais morenas do que louras – de temperamento nervoso. Pessoas sofrendo de doenças crônicas, que apanham resfriado com facilidade.

 

  • Afetuosa, suave compassiva.

  • Agressivos, com angústia e depressão.

  • Amargurado; Nada é alegre, nem otimista, nem agradável, reage com irritação, teimosia, indiferença ou insulto.

 

Amor e ódio, sentimento baixo, destrutivo, caminham sempre juntos.

 

  • Angústia por perda de ente querido.

  • Ansiedade:

    • Extrema por seu estado de saúde, pensando constantemente em seus distúrbios antigos.

    • Como se estivesse comprometido numa inquieta disputa ou ´peleja´, está brigando com o mundo, amargurado e ressentido.

    • Com palpitações que lhe cortam a respiração.

  • Antagonismo: deseja a morte ainda que a tema; consegue com muita dificuldade se liberar dos maus pensamentos (mortificação).

  • Apreensivo, com pontadas acima do coração e uma fantasia como se estivesse falando delirantemente, com sensação de frio no corpo e tendência a cair.

  • Avaro; cobiçoso e ambicioso, com ilusões de riqueza; o dinheiro para Nitric acidum representa o meio para sentir-se menos desprezível ao mundo e à vida que não tem mais remédio que viver, por isso acumula.

  • Cansaço da vida.

  • Covarde.

  • Compassivo à dor alheia e ainda afetuoso e doce.

  • Corroído pela ansiedade a respeito de sua doença, de sua saúde oscilante com o temor da morte.

  • Cronicidade, emagrecimento.

  • Cruel, duro, pratica atos violentos; é um agressivo na derrota, que libera sem freios sua agressividade, amaldiçoa e insulta, culpa os outros de sua destruição.

  • Culpa; a vive de uma forma particular, sente que ofendeu aos demais e teme o castigo em forma de processo, por isso sente como se estivesse dentro de uma batalha judicial.

  • Deprimido e ansioso à noite.

  • Desapontado, desencorajado, desconfiado, descontente consigo mesmo, dissolve-se em lágrimas que aliviam o seu sofrimento.

  • Desconfiança total dirigida sobretudo para quem ele supõe que o tenha ofendido, com uma atitude inflexível por mais que lhe ofereçam desculpas.

  • Descontente consigo mesmo.

  • Descrente de tudo, não acredita em nada e em ninguém.

  • Desejos de coisas não comestíveis (cal, terra, gesso, carvão, giz, etc.).

  • Desesperança definitiva, já não acredita em nada e em ninguém, já nada o espanta, por isso, como não espera nada de ninguém, nem se ofende, nem reprova, simplesmente odeia, maldiz e insulta, em crises de cólera violenta, com tremores e pranto, não admitindo desculpas.

  • Desgostoso pela menor bagatela, também consigo mesmo quando comete algum engano.

  • Esforço mental faz as ideias desaparecerem.

  • Fúria com blasfêmias e maldições.

  • Hipersensíveis.

  • Hiper-reatividade.

  • Humor irritável, rancoroso, vingativo, voluntarioso.

  • Imagina que vai morrer logo, mesmo que não esteja doente; à noite sente-se apreensivo, ansioso, como um pesadelo, como se alguém estivesse deitado embaixo dele agarrando firmemente com os braços o seu abdome, por isso não consegue se liberar imediatamente após dormir.

  • Indiferente; infeliz.

  • Insegurança, sente-se como se houvesse parcialmente perdido o poder da vontade.

  • Irritabilidade física excessiva; irritável, colérico, vingativo e teimoso, entra em cólera pelos seus próprios erros.

  • Litígio com a humanidade e, através de seu ódio por todos, busca na desforra uma solução reativa e sicótica; assim, rogando pragas, maldições, blasfêmias, elaborando vinganças, foge de seus altos fins, sendo este miasma responsável por grande parte de seus sintomas orgânicos e físicos.

  • Luta, ansiedade, como se envolvido num processo jurídico inquietante ou numa disputa.

  • Malévolo.

  • Medo mórbido do cólera.

  • Melhora andando em veículos.

  • Mente prostrada.

  • Não...

    • Se comove com pedidos de desculpas.

    • Tolera contradição

    • Faz contato facilmente.

    • Consegue tolerar o menor aborrecimento.

    • Sente interesse nem prazer em nada.

    • Sabe para onde se dirigir; deprimido, como se desesperado e em profunda reflexão.

    • Se envolve emocionalmente, isolado, se sente sem esperança, sem amigos e com todo o mundo contra ele.

    • Perdoa, percorre todas as instâncias judiciais para mostrar que está certa.

  • Niilismo.

  • Obsessão por sua doença.

  • Obstinado em sua mágoa.

  • Odeia em silêncio, quando cansado de esbravejar, e sua irritabilidade e inquietude são deslocados para apatia, tristeza, embotamento.

  • Passional, ofensivo, se expressando de forma abusiva.

  • Pensa numa ocorrência ansiosa de longo passado que não pode se liberar, quase como num sonho acordado, de tempos  em  tempos  vem  a  si  em  sobressaltos,  mas  está sempre absorvido por estas idéias, sem ser capaz, a despeito de extenuantes esforços em pensar em qualquer outra coisa.

  • Pensamentos ansiosos, paroxísticos, sem causa, ao amanhecer; não pode pensar, quando se esforça sua mente fica vazio; o mundo lhe parece uma porcaria.

  • Pessimista e melancólico.

 

Rancoroso e tem desejos de se vingar; é duro, inexorável.

 

  • Recusa ser consolado por sua má sorte.

  • Repugnância com desprezo pela vida; deprimido, como se desesperado e perdido em pensamentos.

  • Ressentido com a vida, vítima de uma tremenda exaltação agressiva; oferece o quadro de uma tremenda angustia donde o temor da morte se mistura com o desejo de fugir de sue próprio impulso destruidor, vítima de si mesmo; sente como se tivesse perdido parcialmente sua força de vontade.

  • Saciedade pela vida com medo da morte, como se houvera cometido algum crime.

  • Sensação:

    • De que um cão lhe morde os músculos e tendões.

    • De uma faixa em torno da cabeça, ao redor dos ossos, de uma lasca nas partes afetadas.

    • Forte de que foi atraiçoado, encontra na expressão da Lei de Talião, ´olho por olho, dente por dente´, uma elaboração do seu equivocado senso de justiça, com aspectos de corrosão e indignação, tirando-lhe o sossego enquanto não elaborar seu revide; foi traído, o traidor deverá pagar.

    • De que todas as possibilidades se esgotaram.

  • Sensíveis aos fatores externos, tanto física como mentalmente.

  • Sentindo-se em luta ou disputa com todos, daí sua amargura, seu rancor incomovível, sua falta de alegria, seu pensar em coisas tristes do passado, seu ódio a quem o ofendeu, sua ofensa fácil, sua misantropia, sua crueldade, seu mal humor silencioso que o leva a ter nostalgia de um mundo perdido donde segura-mente não havia ofensas e nem disputas, donde podia perdoar-se por um equívoco.

  • Sentimento de que têm que esgotar todas as possibilidades de desfrutar da vida.

  • Sobressalto ao despertar rapidamente, sofre muito por vertigens.

  • Sonha acordado, debilitado a cada nova manhã, com ansiedade, está perdido em pensamentos sobre um evento ansioso do passado, que não pode esquecer.

  • Taciturno, avesso a falar sobre qualquer assunto, melancólico de manhã; mais apreensivo que o usual durante tempestades.

  • Teimoso.

  • Temendo haver ofendido.

  • Tendência a resfriados, supurações prolongadas, diarreias, ulcerações, fístulas, fissuras e profusão de verrugas, confirmando um quadro psoro-sico-sifilítico marcado.

  • Treme enquanto briga.

 

  • Aborto por debilidade geral e pela facilidade com que uma hemorragia uterina pode se apresentar.

  • Adenopatias (afecções glandulares).

  • Audição diminuída; muito sensível ao ruído dos carros sobre as ruas pavimentadas.

  • Cabeça sensível aos movimentos de trepidação.

  • Cáries ósseas e exostoses, proliferação óssea na superfície de um osso.

  • Catarro crônico.

  • Condilomas grandes, denteados, pedunculados, sangram facilmente ao se lavar, úmidos gotejam; dor picante.

  • Diarréia freqüente; apesar do grande esforço elimina pouco, como se as fezes permanecessem e não pudessem ser expelidas; diarréia que alterna com obsti-pação.

  • Dificuldade na audição.

 

Estalidos na mandíbula quando mastiga.

 

  • Dores:

    • De cabeça por pressão de chapéu.

    • De cabeça com sensação de uma faixa ou pressão para dentro.

    • Como se o reto ou o ânus estivessem lacerados ou fissurados.

    • Como por farpas ao deglutir, irradiando para os ouvidos.

    • Nas costas após o coito.

    • Noturnas.

    • Ósseas.

    • Picantes, ferroantes, como se fossem por lascas, aparecendo e desaparecendo subitamente, durante o sono, mordentes, aqui e ali, como se fossem por úlceras em formação.

    • Que pinçam ou picam como agulhas enfiadas na carne, que aparecem e desaparecem brusca e repen-tinamente e que agravam por tocar, roçar, pressio-nar ou mover a parte afetada (ossos, articulações, músculos ou qualquer outra parte).

    • Violentas e cortantes depois da evacuação, por horas.

  • Eliminações ralas, de mau odor, acres; de cor marrom ou verde-amarelado sujo, pus raramente saudável.

  • Encovado, magro, pálido.

  • enfermidades crônicas, com emagrecimento, anemia e falta de vitalidade.

  • Erupções, herpes, rachaduras nos lábios e comissuras labiais.

  • Escoriações entre o pênis e o escroto.

 

Excesso de atividade corporal e mental por cuidar de um doente.

 

  • Epistaxe à noite.

  • Escarlatina.

  • Face anêmica.

  • Febre intermitente com fígado hipertrofiado.

  • Feridas penetrantes que tardam em curar.

  • Fissuras nas narinas.

  • Fraqueza.

  • Friorentos ao extremo.

  • Gonorréia e blenorragia.

  • Hálito fétido.

  • Hemorragias:

    • Do intestino; depois de aborto ou pós-parto; por esforço físico; brilhante, profusa ou escura.

    • Freqüentes, por todos os orifícios.

  • Hemorróidas.

  • Herpes.

  • Idosos com fraqueza.

  • Indigestão e náusea por leite.

  • Inflamação:

    • Nos olhos.

    • No periósteo e nos nervos.

  • Insônia por excessos físicos por cuidar de doentes.

  • Leucorréia ofensiva, escoriante.

  • Língua fissurada com gengivas inchadas.

  • Mamilos rachados, dores como por farpas.

  • Mãos e pés frios.

  • Menstruação precedida de tristeza.

  • Mucosas dos orifícios afetadas (boca, nariz, reto, ânus, retra, vagina).

  • Órgãos sexuais masculinos em constante irritabilidade, tem ereções dolorosas espasmódicas à noite.

  • Otorreia ofensiva, corrosiva.

  • Ouvidos com estalidos das juntas, ao mastigar, ao mover-se.

  • Pele e mucosas aparecem muitas supurações, secreções, fissuras, irritação, rachaduras, pólipos, côndilomas, verrugas e também deformações.

  • Prurido antes e depois das menstruações e do coito.

  • Transpiração ofensiva com suor escoriante e irritante.

  • Queda de pelos pubianos.

  • Secreções escoriantes e ofensivas, tem mal odor.

  • Sede ausente em todos os estados.

  • Transpiração nas mãos e nos pés após traumatismo da espinha.

  • Ulcerações de pele, mucosas, também na zona cutânea, na boca, nariz, ânus, vagina, vulva, ulceras que sangram com facilidade, nos cantos da boca; bordas irregulares, em ziguezague, a base parece carne crua.

 

Ulceram todas as zonas que seu interior conecta com o meio, como:

lábios, língua, garganta, olhos, nariz, uretra, genitais, ânus; não

só se ulceram como escoriam, sangram e produzem um mal odor.

 

  • Unha do pé encravada.

  • Uretra com estreitamento, com dores em pontadas, uretrite crônica.

  • Urgência ineficaz para defecar, com cólicas, contrações espasmódicas do ânus, com esforços inúteis, esgotamento, mal-estar, dores cortantes e ardor; fístulas anais, hemorróidas.

  • Urina escassa, marrom escura, de odor forte (como ‘urina de cavalo’), fria quando sai, turva.

  • Vaginite.

  • Vasos e paredes dos vasos sanguíneos racham e sangram facilmente, sangramento profuso.

  • Verrugas:

    • Finas e compridas no pescoço.

    • Nas mãos e nos lábios, que sangram ao lavar-se.

    • Nas pálpebras.

 

CRIANÇAS

  • Amaldiçoa.

  • Ansiedade por sua saúde.

  • Delírio furioso.

  • Desespero no limite da ira, com alucinações e imprecações.

  • Impiedosa.

  • Irredutível ao pedido de desculpas das pessoas, não perdoa, não esquece.

  • Irritabilidade.

  • Magoada, vai à forra.

  • Maldosas, sempre com um propósito de desforra.

  • Medo da morte com disposição suicida.

  • Ódio, sensação de que aquilo ficou barato.

  • Pensando constantemente nos acontecimentos desagradáveis do passado.

  • Ressentida.

  • Revida, dá o troco, não leva dissabores, consegue elaborar uma desforra com frieza e imaginação.

  • Sensação:

    • De ter uma lasca de madeira enfiada na carne, não importa a região.

    • De ter uma pedra no sapato.

  • Vingativa, o mesmo vizinho, que por implicância não permite que a bola que caiu no seu jardim seja devolvida, não perderá por esperar – tão logo seja possível terá um vidro de sua janela quebrado por uma pedra, ou um professor que o reprova num exame encontrará os pneus vazios ou a lataria de seu carro arranhada.

  • Assaduras de dobras.

  • Dermatites amoniacais do recém-nascido.

  • Fissuras ou feridas ulceradas, crônicas, que sangram ao menor contato.

  • Intertrigos.

  • Prisão de ventre, como se as fezes estivessem coladas no reto.

  • Quielites.

  • Ulcerações de ânus.

  • Úlceras de comissuras.

 

Tal como Silicea, utilizado como auxiliar na expulsão de corpos estranhos.

 

Nitric acidum, a Vingança e o Dinheiro

 

               Nitric acidum sente que tem cravado uma farpa que dói toda vez que o tocam. Está brigado com o mundo, amargurado e ressentido. Não perdoa, mesmo que lhe peçam desculpas. Cansado da vida, sem esperanças. Triste, desalentado, chorão. Cansado da vida mas tem medo da morte. ‘O mundo é e será uma porcaria’. Não consegue pensar, se se esforça para fazê-lo, sua mente fica vazia (exclusivo).

               Vive pensando nos acontecimentos tristes do passado (sobretudo naqueles em que se sentiu ofendido) e conseqüentemente, com nostalgia. Se a isso agregarmos a pele citrina, olhos escuros, cabelo negro, urina com cheiro de urina de cavalo, melhora andando em veículos, a cabeça sensível aos movimentos de trepidação, a sensação de que um cachorro que lhe morde os músculos e tendões e que suas úlceras se localizam nos limites entre mucosas e se-mimucosas, temos um resumo de Nitric acidum.

               A patogenesia nos permite conhecê-lo mais profundamente. ‘Cai em pensamentos a respeito de fatos ansiosos acontecidos há muito tempo e não consegue desembaraçar-se deles, parece como se estivesse sonhando acordado. De tempos em  tempos,  por  assim  dizer,  acorda  sobressaltado,  mas  está sempre absorto novamente nessas ideias, sem ser capaz, apesar de seus árduos esforços, de pensar em outra coisa (no repertório consta em atormentado a respeito de coisas desagradáveis do passado). ‘Ansiedade como se estivesse comprometido numa disputa ou briga inquieta’. ‘Desgostoso por qualquer ninharia, e também consigo mesmo quando comete um erro’. ‘Saciedade da vida com medo da morte’, ‘como se houvesse cometido um crime’, ‘nostalgia’.

               ‘Imagina que vai morrer logo, apesar de não estar mal fisicamente’. ‘Descontente, despreza a vida’. No repertório temos:‘medo de um processo’, ‘ilusão de que ofendeu as pessoas’, ‘cólera por seus erros’, ‘duro, inexorável’, ‘indiferente’ e ‘incompassivo’. Como tantos medicamentos, Nitric acidum arrasta uma culpa. Vive-a de uma forma muito particular: sente que ofendeu os outros. E teme o castigo em forma de processo. Por isso sente como se esti-vesse comprometido num pleito.

               Para ele a vida é uma disputa, vive sentindo-se brigando com todos, culpado e temendo o castigo, em forma de pleito, disputa ou processo. Daí sua amargura, seu rancor imperturbável,  sua falta de alegria, seu pensar em coisas tristes do passado, seu ódio dirigido àqueles que o ofenderam, sua ofensa fácil, sua misantropia, sua crueldade e seu mal humor silencioso que o leva a sentir falta de um mundo perdido, onde com certeza não haveria nem ofensa e nem disputa, onde se poderia perdoar um erro próprio.

               Não é estranho que tenha úlceras nas áreas (lábios, língua, garganta, olhos, nariz, uretra, genitais e ânus) por meio das quais se comunica seu interior com o mundo. Não somente ulceram, mas também se machucam, escoriam, sangram e exalam mal cheiro. Quando não está instalado na sífilis, podem aparecer manifestações psóricas e sicóticas. A psora se mani-festa mostrando uma pessoa culposa, afetuosa, suave, compassiva, insegura, descontente consigo mesma, covarde, temendo ser ofendida.

               A sicose nos mostra uma imagem que não discorda do resto: não é difícil imaginar um amargurado avaro, cobiçoso e ambicioso, com ilusões de riqueza. O dinheiro para Nitric acidum representa o meio para sentir a vida e o mundo de forma menos desprezível, já que não lhe resta outra saída, a não ser viver. Por isso acumula. Paradoxalmente, sua sicose está a serviço de sua sífilis, porque o isola e separa mais do mundo, o que confirma que não existe um psórico, um sicótico e um sifilítico, existe uma pessoa doente, que mostra mais isto do que aquilo, e que tem de tudo.

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